Guerra na Síria segue implacável e sem respeito por civis, diz ONU
Por Tom Miles
A guerra da Síria segue inabalável apesar de uma
queda no número de civis sitiados, disse nesta quinta-feira uma
autoridade sênior da Organização das Nações Unidas, alertando sobre um
possível agravamento do conflito na região de Idlib, controlada por
rebeldes.
O assessor humanitário da ONU, Jan Egeland, disse que
milhões de civis ainda estão presos no conflito de sete anos e muitos
que escaparam de zonas de batalha tiveram que buscar abrigo em
acampamentos sobrecarregados para deslocados em Idlib.
Autoridades
insurgentes dizem temer uma ofensiva contra Idlib pelo Exército da
Síria e seus aliados Rússia e Irã, algo que agências humanitárias
afirmam poder produzir um sofrimento civil em uma escala maior do que
durante o cerco de Aleppo no ano passado.
“Nós não podemos ter
uma guerra em Idlib. Eu continuo dizendo isto agora à Rússia, ao Irã, à
Turquia, aos Estados Unidos, a todos que podem ter uma influência”,
disse Egeland a repórteres.
Ele pediu negociações para proteger civis, e disse que operações aéreas recentes em Idlib são um mau presságio.
A
guerra tem se inclinado a favor do presidente Bashar al-Assad desde que
a Rússia interviu a seu favor em 2015. Tendo menos que um quinto da
Síria em 2015, Assad se recuperou para controlar a maior parte do país
com ajuda russa e iraniana.
A região de Idlib continua a área
mais populosa da Síria nas mãos de insurgentes lutando contra o governo
de Damasco. Sírios têm entrado em Idlib de áreas retomadas pelo Exército
em uma taxa acelerada nos últimos dois anos.
Egeland disse
que cerca de 11 mil sírios ainda estão sob sítio e dois milhões são
difíceis de alcançar com ajuda humanitária, comparados aos 625 mil sob
sítio e 4,6 milhões que eram difíceis de alcançar há um ano.
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